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quarta-feira, julho 26, 2006

bela noite de verâo (cap.II)

cintilante o luar no céu, pensava eu na pessoa que amo enquanto fumava no jardim de casa... serei parvo ou céptico ao ponto de ver o que não existe, criei eu um monstro que agora usa o que lhe ensinei contra o seu próprio professor e mentor, lembrava as palavras por ela a mim juradas escritas e dedicadas a um desconhecido pela paixão com que escreve... enfim, sonho assim na minha noite de verão consumido pelo ciúme incompreendido e mal julgado, denominado mesquinho e nao saudável, depois de tudo, mais e mais as traições, ou os desejos delas...
admiro-a a sua coragem, o seu latinismo é inseguro e a letra "r" podia ser ofensiva, mas sou racista até no amor que eu escolho, cruel e intolerante... um monstro...
falo de montros, ouvi um dia da boca de um sábio grego que um homem solitário ou é um génio ou um monstro, creio que sou ambos pois pensei em ser compreendido mas tive má sorte na escolha pois acabei por ama-la..
amar a aventura que sem motivado desejo comecei, iludi-me, mas soube mudar..mudei muito, não para pior mas sim contráriamente a esse rumo, ingóbil e falso cresci e tornei-me no soro da verdade, lutei por ela, sofri e deixei meus amigos para trás, corri atrás dela para não me fugir, ao seu ombro chorei e julga-me pela minha ausência quando nem nos seus sonhos eu existo,porém pergunto se ela neles me deixa existir, sonhos preenchidos por traços sem personalidade e vizinhos interesseiros... lembro-me dos meu tempos nojentos em que me vendia nas simples curtes, tempos que usava a meu bel-prazer de quem queria por quanto me apetecia... mas consegui ama-la, consegui partilhar os meus segredos mas em vão, sou ausente, até nos sonhos, serei a névoa que trará D. Sebastião? delírio na febre ardente ou será ciúme que me consome, o que for sinto-me traído...
Acordo do meu pesadelo, o cheiro a vodka preenche o ar, crónicas de um bebâdo que te ensinou a pensar...