D

segunda-feira, junho 26, 2006

O Baile


Meu coração bate com tal intensidade, por à muito tempo não te poder ver e sentir, com medo de me teres esquecido, a desilusão trás pensamentos impuros, por não te poder ter sempre que quero. Chega então a mensagem que muda todo o sentimento em mim "doce menina queres ser meu par no baile", o coração enche-se de emoção e grita o teu nome, um grito doce, mas cheio de força, alimentado a esperança e a saudade. A semana passa com ansiedade, volto a sonhar com o meu Romeu. E por fim chega o tão esperado dia de rever o meu menino, o meu amado poeta. Senti que os ponteiros paravam ao ver que esperais com tal ansiedade pela minha chegada, lá dentro os fidalgos e comandantes conversam, muita simpatia num mundo que não conhecia.
Com passos de magia a música se ergue no ar, e com um tom lisonjeiro me pedes para dançar. A valsa ecoou, como a o meu coração fosse maestro de tal orquestra, e tu, que me haveis conhecido como tua própria mão, conduzes meu corpo como se fosse um só! Senti-me voltar às certezas perdidas em batalhas só minhas, senti-me voltar a sonhos de crianças, e no meio de tal dança senti os teus lábios beberem dos meus, com tão puro acto de maldade está isento, senti que toda a esperança voltara de novo em mim, senti toda a idade perdida naquele corpo, realmente se tinha evaporado, voltando eu a acreditar e a ser aquela criança de outrora!
Mas perguntei-me a mim mesma pelos ocupantes da festa, quando reparo que entre nós, passam as mesmas personagens que não haveis conhecido, e que ao redor destroem tudo o que queres voltar a dar, reparo que a auréola de infelicidade contorna os seus corpos, e cada gesto por eles feitos está a desvanecer no meu sonho.
Então ai ouso prenunciar o teu nome...Amor. E os olhares incrédulos são imensos à minha volta, ousei prenunciar o nome que todos repugnam, que todos não acreditam e que todos vêem como mero sonho de criança. Vejo em cada olhar a certeza de não ter crescido, e a certeza de me estar a enganar a mim mesma, e com tal constatação no meio da música obrigou meu corpo a parar....
Agarras-me de novo, ensinas-me de novo os passos, fazes-me de novo dançar, e no meio dessa dança sussurras-me "o amor vive dentro daqueles que acreditam que por eles podem ser tocados, não morre, mas também não evolui naqueles que o desacreditam, limita-se a ficar quieto... Lembra-te o amor só cresce se quiseres e se souberes retribuir esse amor..." Percebo então que tudo o que acredito está correcto, que apesar, por momentos, ter deixado de acreditar no sonho, o amor nunca me abandonou.
O baile continuou, desapareço e os ponteiros voltam ao seu funcionamento habitual, sozinha continuo a caminhar na mesma calçada que outrora me viu dançar. Mas do nada, reparo nos sapatos que não possuía, e ao fundo vejo o sorriso de um cavaleiro que jamais esquecerei, como se ele dissesse: "Enquanto acreditares tudo é possível; a rosa é bela, mas para a conseguires terás de te picar nos picos dela"

1 Comentarios:

  • At 6/27/2006, Blogger um ser pensante said…

    lindo, será palavra para descrever das histórias mais belas que ouvi contar, falas de princesas e reis, fadas e castelo, sonhador que te canta versos e te explica o amor...
    meus versos sem ti de pedras falavam, embora de pedras falem essas eu amo-as com forças imaginárias que mais real do que um sonho só o amor o sabe ser...
    enfim...prosas nao sao meus jeitos e com as mesmas rimas das crianças serão seus versos..
    adoro-te julieta

     

Enviar um comentário

<< Home